quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Missão da Igreja ante a Corrupção

“Não pervertam a justiça nem mostrem parcialidade. Não aceitem suborno, pois o suborno cega até os sábios e prejudica a causa dos justos.” (Dt. 16:19 – NVI)
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostrou que o Brasil tem perdido com atos de corrupção em torno de 1,38% a 2,3% do Produto Interno Bruto, ou seja, entre R$ 50 bilhões e R$ 84,5 bilhões, segundo os dados da economia brasileira relativos a 2010. O mesmo estudo também mostra que a redução de apenas 10% no nível da corrupção, aumentaria em 50% a renda per capita do brasileiro, num período de 25 anos.
Contudo, essas tramóias não acontecem apenas nos altos escalões do Poder, mas jaz também nas microrrelações cotidianas, nas diversas estruturas e instituições da sociedade civil. Tudo isso acontece porque somos uma sociedade baseada no “acumular posses” e no “ter”, em detrimento do “ser”, o que potencializa o desvalor da vida e o crescimento da miséria.
Esse vírus diabólico que tenta contaminar a todos busca, inclusive, fragilizar a compreensão do legado ético da Palavra de Deus, no que diz respeito ao papel da Igreja de Jesus, que é, antes de tudo, promover o evangelho do Reino, que traz novidade de vida e sinaliza os valores do Deus que afirmamos servir. O Deus que servimos não tolera a corrupção e “repudia as balanças desonestas” (Pv. 11:1). Acusa o corrupto de só pensar em “lucro desonesto, derramar sangue inocente, opressão e extorsão.” (Jr. 22:17).
O Cristo acossado no deserto pelo poder maligno corruptor, que promete os Reinos desse mundo para facilitar sua missão, prontamente o fustiga, pois tinha consciência que tanto os fins como os meios importam no projeto de Redenção da humanidade e que só se pode subverter e transtornar os poderes opressores quando nossa práxis destoa dos atalhos desonestos da prevaricação.
Logo, nossa luta contra a corrupção, antes de ser motivada por uma agenda partidária ou por alguma ideologia, faz parte do nosso papel de abençoadores da nossa geração e deve nos levar a denunciar o “governante que exige presentes, o juiz que aceita suborno, os poderosos que impõem o que querem.” (Mq. 7:3).
Portanto, ante tanto nepotismo, coronelismo, tráfico de influências e mordomias absurdas, nós somos convocados a viver de forma diferenciada e a sermos instrumentos proféticos para o bem de todos.
Oração:
Senhor, livra-nos da sede de poder, que polui nosso coração, que gera morte e divisão. Sejam, por Tua Graça, calçados os nossos pés no zelo pelo que é correto e pela Implantação do Teu Reinado nesse mundo. Que permaneças conosco quando formos tentados a vender nossa integridade nos áridos caminhos que trilhamos nesse mundo. Fortalece nossa voz, para que o mundo saiba que é possível sonhar com a vereda da Justiça. Guarda nosso coração do mal e nos livres dos desejos de poder que distorcem a fé. Pedimos em nome do Cristo, Nossa Viva Esperança. Amém!
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Caio Marçal é missionário e Secretário de Mobilização da Rede FALE. É casado com Viviane e membro da Igreja Batista da Redenção.

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