sexta-feira, 20 de junho de 2008

Campanha contra o infanticídio indígena

"Meu nome é Eli. Eu sou um líder indígena da etnia Ticuna, do Amazonas.

“Centenas de crianças indígenas foram rejeitadas por suas comunidades nos últimos anos. Condenadas à morte por serem portadoras de deficiências físicas ou mentais, por serem gêmeas, ou filhas de mãe solteira, elas foram enterradas vivas, envenenadas ou abandonadas na floresta. Muitas eram recém-nascidas, outras foram mortas aos 3, 5 e até 11 anos de idade.

“A prática do infanticídio causa um grande sofrimento nas famílias das crianças. Conheço muito bem a dor que essas famílias enfrentam quando são forçadas pela tradição a sacrificar suas crianças. Mas conheço também mulheres corajosas que enfrentam a tradição e literalmente desenterram crianças que estavam condenadas à morte. Essas mulheres, mesmo sem nunca terem estudado direitos humanos, sabem que o direito à vida é muito mais importante que o direito à preservação de uma tradição. Por causa do sofrimento do meu povo indígena, e da coragem dos meus parentes que se opõem ao infanticídio, eu me dispus a trabalhar na elaboração de um projeto de lei. O primeiro esboço saiu da minha cabeça. Numa segunda fase, contei com o apoio de uma equipe de especialistas e de um deputado federal sensibilizado pela causa.

“Como indígena e defensor dos direitos fundamentais, conclamo a sociedade brasileira, índios e não-índios, a participar da Campanha Lei Muwaji. A primeira coisa que peço é que você assista ao documentário Hakani – a história real de uma menina suruwaha que foi enterrada viva, mas foi resgatada por seu irmão de nove anos. Você vai se comover com a luta desse menino para salvar a vida de sua irmãzinha. Depois de assistir ao filme, ajude-nos a pressionar o governo para que a Lei Muwaji seja votada com urgência. Faz exatamente um ano que o projeto de lei está parado na Comissão de Direitos Humanos, o que mostra o total desinteresse do Congresso pela causa indígena. Temos menos de um mês para fazer com que a comissão vote o projeto ou ele cairá no esquecimento. Nós precisamos da sua ajuda para superar essa prática terrível que ceifa a vida de centenas de crianças inocentes”.

O documentário sobre a menina que foi resgatada pelo irmão está no site Hakani, que reúne outras informações sobre infanticídio e a campanha pela Lei Muwaji.








sábado, 14 de junho de 2008

Dados sobre a juventude brasileira

Baixa escolaridade, desemprego e miséria afetam grande parte dos jovens brasileiros. Dados sobre o relacionamento da população juvenil e a sociedade brasileira foram recentemente divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no artigo "Juventude e Políticas Sociais no Brasil", assinado pelo diretor-presidente Marcio Pochman. Confira abaixo os números de alguns dos problemas enfrentados pelo jovem no país.

- Há 51 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos.

- 66% deles estão fora de salas de aula.- Apenas 13% deles estão cursando curso supe *Juventude e políticas sociais* - Apenas 48% dos que têm 17 e 18 anos estão estudando no Ensino Médio.


- A principal causa alegada para não estar estudando, entre os homens é ter que trabalhar para ajudar a família; entre as mulheres, a gravidez.

- 46% deles estão desempregados.

- E 50% dos 54% que estão empregados trabalham sem carteira assinada. Ou seja, do total de jovens, apenas 27% têm emprego com carteira assinada, e por tanto direitos trabalhistas e previdenciários. O que no futuro lhes trará muitos problemas.

- 31% de todos eles podem ser considerados miseráveis, pois possuem renda per capita inferior a meio salário mínimo.

- 70% dos jovens considerados pobres, são negros.