terça-feira, 31 de julho de 2012

Rede Fale abre inscrições para curso de formação em Mídia e Direitos Humanos em Vitória - ES


A Rede FALE promove um curso sobre “Mídia e Defesa de Direitos: Um olhar crítico da Comunicação e dos Direitos Humanos” entre os dias 06 e 12 de agosto, em Vitória-ES.
A proposta do projeto surge da percepção de que no contexto de sociedades midiáticas pensar e agir sobre e na mídia potencializa lutas e reivindicações e possibilita que se tornem visíveis demandas sociais e violações dos direitos humanos.
O projeto propõe a formação teórico-reflexiva e prática de jovens que atuam em redes, movimentos e organizações sociais e sentem necessidade de aprimorar seus conhecimentos nas áreas abordadas. O conteúdo volta-se para a crítica à realidade social, incluindo: noções e conceitos relacionados à comunicação, com foco nas relações entre a cultura midiática e as formas de expressão cultural e política da atualidade; noções e conceitos relativos aos Direitos Humanos, como um campo em disputa, além de estratégias para a sua promoção na vida social e de mecanismos de denúncia de suas violações; perspectivas da comunicação como direito humano e o contexto brasileiro; oficinas de: campanha de defesa de direitos; vídeo; fotografia e internet (site e redes sociais).
Primeira edição curso - novembro de 2011 - Rio de Janeiro
A formação será realizada em dois módulos distintos divididos entre os dias 06 e 12 de agosto, um durante a semana durante as noites (18 as 22 horas) e o outro no fim de semana (08 as 18 horas), totalizando 40 horas. O local da formação será definido em breve.
As inscrições serão realizadas por questionário online e serão aceitas até o dia 04 de agosto.
Informamos que, no caso do número de inscritos exceder a capacidade do curso, haverá seleção de participantes. A prioridade será para pessoas com capacidade de multiplicar a formação - todos os participantes receberão material de apoio, com conteúdo e orientação para promover cursos e oficinas em comunicação e direitos humanos.
O projeto é uma iniciativa da Rede FALE com o apoio do Anexo Cultural, FONAJUVES, Fundo de Iniciativa Comum e Instituto Imagem e Cidadania. O curso foi desenvolvido pela Rede FALE e ISER, sendo que sua primeira edição aconteceu no rio de Janeiro, em 2011. Para saber mais o que aconteceu na primeira edição, acesse o site/relatório.


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Consumo Sustentável?

Perspectivas, contradições eco-capitalistas e decepções no último dia da Conferência Rio + 20

Richard Weaver*

Tradução: Rute Curvelo

É o último dia do seguimento de alto escalão na Rio+20 e, hoje, parece que as coisas estão fracassando um pouco entre os chefes de Estado e ministros. Em alguns casos, é o que tem transparecido até mesmo nos discursos de representantes civis que compõem as delegações de seus países.

Fato é que ninguém está esperando fogos de artifício na plenária final, quando os países finalmente decidirão sobre a possibilidade de aprovarem o texto documental. Sentado aqui, no centro de mídia, a sensação é de que nenhum dos jornalistas presentes está certo do que acontecerá hoje... Por outro lado, na maior parte das noites, ouviram-se o som de muitos fogos vindo das favelas, dos morros existentes ao redor do local em que tenho ficado nessas duas últimas semanas.

Muitos dos que permanecem aqui não estão na sala da plenária ou no centro de mídia, mas na enorme praça de alimentação – onde, ao menos, o super forte e excelente café brasileiro está permitindo que os que estão muito cansados permaneçam acordados seguindo em frente. Então, depois de eu mesmo tomar vários “expressos grandes”, tirei algumas fotos das diversas comidas e marcas presentes na conferência com o objetivo de salientar sua propaganda de sustentabilidade – e aqui estão elas, mais abaixo. Começando pelo topo, as fotos retratam uma grande cadeia de supermercados, um banco nacional do governo, a Coca Cola e, por fim, o principal fornecedor brasileiro de energia. O governo do Reino Unido e muitos outros têm justamente ressaltado a importância de envolver empresas e o setor privado nas discussões sobre sustentabilidade.
  
Aqui, em seu discurso para a plenária, Nick Clegg disse: “nós precisamos envolver mais as empresas. Um governo não pode agir sozinho. Há um crescente reconhecimento dentre as grandes companhias de que o uso sustentável de recursos é de seu próprio interesse. Por isso é tão importante que o Rio tenha reconhecido o papel dos relatórios de sustentabilidade das empresas. Há uma demanda do mercado por isso. Companhias têm buscado isso, investidores precisam saber, consumidores querem tomar suas decisões baseados em informações precisas, e isso deveria levar-nos a um eventual acordo global”.

Contudo, alguns diriam que, com a busca  por maior envolvimento das empresas e por um suporte vindo das mesmas, os governos permitiram a estas uma influência muito maior sobre o texto final do que as ONGs foram capazes de ter aqui no Rio...


*Richard Weaver é Assessor Sênior em Políticas Públicas da Tearfund

   

sexta-feira, 13 de julho de 2012

REDE FALE PROMOVE FÓRUM NO NORDESTE

FORUM

Saudações Cristãs!
A Rede FALE tem a enorme satisfação de convidar a todos os irmãos nordestinos para participar do Fórum Regional da Rede FALE Nordeste com o Tema "Adoração, Retidão e Justiça".
Nos dias 27 e 28 de Julho, no Acampamento da Igreja Presbiteriana de João Pessoa, estaremos juntos com os parceiros, articuladores e membros da Rede FALE, discutindo nossa atuação no Nordeste Brasileiro e traçar novos planos para a promoção do Reino de Deus. Ademais, queremos celebrar nossa caminhada conjunta e proporcionar momentos de interação com os diferentes parceiros da Rede FALE.
O investimento, caso queiras ficar esses dias no Acampamento com direito a alimentação e alojamento será de 50 reais, que é o custo estipulado com a Aliança Bíblica Universitária do Nordeste, nosso parceiro e que realiza conjuntamento o seu Curso de Férias. Somos gratos pelo apoio da ABU e pela disposição de fortalecer o FALE em todas suas campanhas.

Para maiores informações:
Patrick Cezar - 083 96668993
Caio Marçal - 031 93086548

Queremos contar com suas orações e envolvimento na causa do Reino!
Em Cristo,

Caio César Sousa Marçal -
Sec. De Mobilização da Rede FALE

Sou cristão, mas não deixo de ser humano

Por Renan Porto*

“Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças.” (Mt 9:35)

 

Neste link da ABUB sobre o CONJUVE, diz que "a própria Bíblia nos mostra o quão integral – e até mesmo plural – era o ministério de Jesus. O texto de Mateus segue dizendo que Jesus teve compaixão das multidões. As ações de Jesus refletem algumas importantes dimensões da nossa co-missão à luz do Reino de Deus. De acordo com o texto bíblico é preciso percorrer cidades e povoados, ensinar, pregar as boas novas e curar TODAS as enfermidades!"

Não somos constituídos apenas de espírito. Somos humanos, pensadores, amantes, trabalhadores, estudantes, cidadãos, filhos, amigos, irmãos, namorados, músicos, vítimas, protagonistas de mudanças, etc. Não somos deste mundo, mas, estamos neste mundo. Como cristãos, imitadores de Cristo, cabe a nós o papel não só de evangelizar, mas, também, de difundir a cultura cristã à sociedade. Afinal, estamos inseridos nela.
Infelizmente, a grande maioria dos cristãos se prendem à igreja, mas apenas à igreja. Esquecem de que o mundo material está totalmente envolvido com o mundo espiritual, exercendo influências e, ao mesmo tempo, sendo influenciado. O mundo material é formado pela exteriorização das ideias e sentimentos humanos, que por sua vez, tambem são influencias do mundo espiritual.
A própria Bíblia nos diz isso em Lucas 6:43 a 45:
"Porque não há árvore boa que dê mau fruto, nem tampouco árvore má que dê bom fruto. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois dos espinheiros não se colhem figos, nem dos abrolhos se vindimam uvas.
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau tesouro tira o mal; pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca."
Ou seja, assim como a arvore exterioriza em forma de frutos, a essência de sua espécie, o que tem dentro dela, devemos faze-lo também.

A sociedade é influenciada por diversas correntes ideológicas. Muitas dessas ideologias trazem para o meio social valores distorcidos do que realmente é bom e agradável para a humanidade. Nós, cristãos, devemos estar atentos a combater tais distorções de valores e transmitir para o meio em que vivemos aquilo que realmente é importante para o desenvolvimento social e integridade do ser humano.

Nós vivemos em um tempo regido pelo pós-modernismo, que dita valores como o egoísmo, a valorização e independência do "eu", a busca pelo prazer a qualquer custo, o relativismo e a liberdade de pensamento, mesmo que estes sejam totalmente nocivos ao convívio social. Existe uma batalha constante entre egos. O desejo particular de muitos é colocado acima do bem comum de todos. O homem só se manifesta quando a sua atmosfera particular é atingida. Ele só luta por algo quando vê para si algum benefício. E assim, aos poucos o mundo vai se autodestruindo.

É importante o nosso envolvimento em todas as áreas sociais, tais como a saúde, política, economia, educação, etc.  Devemos estar buscando o nosso espaço na política, nas universidades, na família, etc, através da participação em partidos, projetos sociais, campanhas, grupos da universidade, sindicatos e outras organizações. Não podemos ver o mundo cair em um caos moral. Devemos assumir nosso papel como seres sociais e, principalmente, como cristãos. A mudança virá a partir do momento em que sairmos da nossa zona de conforto e passarmos a ser conscientes de que não vivemos sozinhos aqui, vivemos em comunidade.

Portanto, acorde, pense, mova-se, una-se, ame, não só viva, exista !
Você tem uma responsabilidade para com o reino de Deus e você um dia será cobrado.

* Renan Porto - Estudante de Direito na UNIUBE, faz parte da ABU Uberaba e da Rede FALE

terça-feira, 10 de julho de 2012

Justiça e Adoração

Caio Marçal*

“Exorto-vos, portanto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual. ” Romanos 12:1


É inegável que o centro da vida cristã é viver em estado de adoração ao Criador. Paulo fala que devemos devotar nossa vida em sacrifício vivo e pleno. O texto também nos convoca para viver contraculturalmente e em completa mudança de mente. Ansiamos adorar em Espírito e em verdade, porém como isso se materializa no cotidiano?
Na bíblia, Deus condena uma adoração que desconecta nosso culto ao Senhor e a defesa dos mais fracos e a promoção da justiça. No livro de Isaías, Deus chega a afirmar que "Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembleias... não posso suportar a iniquidade e o ajuntamento solene"! Is 1:12,13.
Para solucionar essa situação, é o próprio Deus que dá a resposta: "Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva". Is 1:17 e 18
O chamado para essa dimensão radical só é possível quando incluímos toda nossa vida e literalmente tudo o que somos. Nós, mais que nossas preces, ajuntamentos, cânticos e liturgia, é que somos culto. Adoração não é um ato religioso, é uma agenda de vida centrada na vontade de Deus.
A boa notícia é que a promessa do Senhor nos purificará de toda mancha do pecado e que provaremos do seu inefável amor. Prossigamos, minhas irmãs e irmãos, em estado de devoção permanente, que nos convida a buscar o Reino de Deus e sua Justiça e manifestar a Glória do Criador em toda terra!

 

Oração: Pai querido, Obrigado porque Tu és o Deus Misericordioso e cheio de amor. Seja o caminho que leva a Justiça e Equidade do teu Reino a trilha onde os nossos pés se aventuram. Nossa devoção, muito mais que palavras, transforme a realidade desse mundo dividido e desigual. Que nosso culto seja  nossa capacidade de se solidarizar e amar o carente. Ajuda-nos, por amor de Teu Nome, a promover a vida e a reconciliar toda criação. Em nome de Cristo, o Cordeiro santo que nos libertar da vontade de querer escravizar, Amém!”.


Em Cristo,

*Caio Marçal – Sec. da Rede FALE e Missionário

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Fale, curta, compartilhe!

Bruno Dias*

A web 2.0 já provou seu poder de mobilização. Ante todas as críticas que se possa fazer (e são muitas), memes como “Luiza no Canadá” e “para nossa alegria”, só para citar os mais recentes, comprovam o quanto uma ideia pode ser disseminada e ganhar força a ponto de dominar a pauta das conversas nas filas de banco, padarias, coletivos etc. Esses eventos surgem espontaneamente, sem os pesados investimentos financeiros dos setores de marketing e o apoio dos grandes veículos de mídia tradicional.

Mas como utilizar esta poderosa ferramenta para chamar atenção para as questões que entendemos que merecem destaque? A chamada “Primavera Árabe”, série de mobilizações que recentemente derrubou ditaduras de décadas em alguns países do Oriente Médio, foi uma demonstração de que o uso da internet pode transformar realidades.

O Fale está presente na web: blogue, facebook, twitter... com representação nacional da rede, mas também em diversas outras contas que são ponto de encontro e expressão dos vários grupos locais que compõem o Fale. Nesta quinta (05/07), iniciamos em nossa página no facebook a utilização de um recurso atualmente muito eficiente nesta rede social: a divulgação de ideias e causas por meio de imagens. O objetivo é difundir na web, sob a perspectiva cristã, as questões que mobilizam as pessoas e organizações que integram a Rede. Contamos com a participação de todos, falantes, não falantes, simpatizantes, amigos e todos que se identificam com as questões apresentadas. Fale, curta, compartilhe!

Abaixo, a primeira imagem veiculada, convocando os cristãos à oração e mobilização em prol da situação das unversidades públicas do país:


Oremos pela situação da educação no Brasil! Hoje você pode colocar em oração a falta de estrutura de nossas escolas e universidades. Ore pelos professores e técnicos-administrativos que recebem baixos salários e para que o governo se sensibilize e nosso país invista na qualidade do ensino.


*Bruno Dias é jornalista, "falante" do Rio de Janeiro, RJ (Rede Fale-RJ: redefale.rj@gmail.com).

domingo, 1 de julho de 2012

O grito pela educação que ecoa do norte ao sul do país


por Taís Lara*

 “STOP THE UMBIGATION!”


Apesar do assustador silêncio da grande mídia, por todo canto se ouve o som de milhares de jovens estudantes, professores e servidores em greve, falando e gritando pela educação no Brasil. 

A greve começou no corpo docente em 17 de maio com 33 IFES (Instituição Federal de Ensino Superior) com as justas reivindicações por plano de carreira, valorização do magistério, melhores condições de trabalho e hoje já arrasta 56 IFES, além de federais de educação básica, formando juntas o índice de 92% das Instituições Federais de Ensino na greve!


A força desse movimento se deve também ao fato de que os estudantes entenderam que uma valorização para os professores não é uma causa distante, mas  uma condição para melhoria da educação como um todo. Somam-se ao movimento, então, técnicos reivindicando melhorias salariais e dignidade e estudantes endurecendo a luta contra os processos de mercantilização do saber e a precarização da educação pública do nosso país. 


Nesse contexto, de maior e mais forte greve da educação da última década, surgem evidências inspiradoras para todos nós:
1. O poder de nossa resistência e lutas para as conquistas sociais
2. O poder da unidade do coletivo para efetividade das lutas


O primeiro destrói o mito da passividade do povo brasileiro e das melhorias pela sorte ou benevolência da política institucional vigente.   
 O segundo reergue a bandeira da união, da soma, da cooperação em vez da disputa tão imposta por entre nós. Isso se reflete na solidariedade dos estudantes aos professores, dos professores aos servidores e da sociedade que nos apoia a cada ato público, a cada panfleto que entregamos pelas ruas – como no caso da marcha da educação que se integrou à Marcha dos Povos, levando 80 mil às ruas durante a Rio+20. 
Em alerta aos setores mais elitizados e conservadores da Universidade (vulgo pelegos-fura-greve), um grupo de estudantes da UFRJ fez ecoar uma palavra de ordem que muito sintetiza esse aspecto com a frase Stop theumbigation!
Nos “finalmentes”, esse é o pensamento que nos faz vencer a lógica do “cada um pelo seu diploma, suas férias, pelo seu sucesso, pela própria felicidade, pelo seu umbigo”. Vemos que é possível, sim, termos uma sociedade mais fraterna e justa e que vale a pena somar forças e fazer ecoar o nosso grito até que este se concretize em mudanças reais.


Falamos em uníssono:
- Queremos que a nossa Universidade abra as portas para o jovem negro, para o trabalhador, para o deficiente, para o pobre!
- Queremos um plano de educação que atenda às necessidades da sociedade (em tecnologia, medicina, serviços públicos)apontando para justiça social, e não uma educação reducionista e subserviente aos interesses dos poderosos sacerdotes de Mamon!
- Queremos a educação como ferramenta para liberdade e justiça social!



Stop the umbigation foi uma maneira criativa de repetir o antigo ensinamento do apóstolo cristão:
“Cada um cuide não somente os seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus (...)” (Carta de Paulo aos Filipenses – 2. 4 e 5)

*Taís Lara, estudante de Gestão Pública na UFRJ, "falante" de Nova Iguaçu, RJ (Rede Fale-RJ: redefale.rj@gmail.com).