sexta-feira, 12 de março de 2010

Conjuve elege diretoria para os próximos dois anos

Vice-presidente eleito declara apoio ao segmento religioso do Conselho

Por Marcus Vinícius Matos*

A 20º Reunião Ordinária do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) ocorreu em Brasília, entre os dias 8 e 9 de março de 2010, com a participação de conselheiros eleitos para o novo mandato (2010/2011) e conselheiros da gestão anterior (2008/2009). Durante a reunião foi eleita a mesa diretora, que ficou composta por Danilo Moreira, na presidência, e João Vidal, na vice-presidência. O primeiro atua no Conselho como representante do governo e o segundo, da União Geral dos Trabalhadores – UGT, representa a sociedade civil.

Criado em fevereiro de 2005, o Conjuve é um órgão consultivo da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ). Formado por representantes do governo e da sociedade civil, tem por objetivo assegurar que a Política Nacional de Juventude do Governo Federal seja conduzida por meio do reconhecimento de direitos e capacidades dos jovens e da ampliação da participação cidadã.

O pesquisador associado do ISER, Marcus Vinícius, que representou a Rede Fale no Conselho em 2009, observou que a eleição foi mais disputada no mandato anterior. “Na eleição passada, os candidatos à presidência eram da sociedade civil e então houve mais disputa, discussão e entusiasmo por parte dos conselheiros”. Já o conselheiro que representa a juventude católica através da Pastoral da Juventude (PJ), Edney Santos, avalia que “houve consenso entre os membros da sociedade civil, com avanço quanto à exposição dos pensamentos críticos e divergentes frente à apresentação da candidatura para a vice-presidência”.

Diversidade e igualdade
Com o intuito de abrir o diálogo com a nova diretoria, organizações religiosas que integram o Conjuve reuniram-se com o vice-presidente eleito, João Vidal. Ele afirmou que “o maior desafio para este ano é fazer uma representação que contemple os diversos grupos dentro do Conselho de maneira equitativa, justa, e conduzir as pautas colocadas pela sociedade civil. Além disso, outro desafio é levar o Conselho ao conhecimento do maior número de jovens brasileiros em todo o nosso território”.

João é católico e reconhece a importância do setor religioso no Conselho, além de declarar seu apoio às organizações deste segmento. “Estou muito próximo à pauta do Evangelho e do Amor. Às vezes é um desafio para as organizações religiosas se posicionarem nos temas mais polêmicos que atravessam a pauta do Conjuve, mas é necessário. Contem comigo”, afirmou.

Definições e agenda
Antes da eleição da nova diretoria, os conselheiros decidiram a divisão das quatro comissões que compõe o Conjuve: Comissão de Diálogo e Articulação com a Sociedade Civil, Comissão de Acompanhamento de Programas e Políticas de Juventude, Comissão de Comunicação e Comissão de Acompanhamento do Parlamento. Além disso, definiram a convocação da 3º Reunião Extraordinária para os dias 8 e 9 de abril, no intuito de estabelecer os grupos de trabalho do Conselho.

O conselheiro representante da Junta de Mocidade da Convenção Batista Brasileira (Jumoc), Sérgio Pimentel, estranhou a marcação dessas demandas antes mesmo da eleição da nova mesa diretora. Segundo ele, “os processos dentro do CONJUVE já estão bastante institucionalizados e quem está chegando leva um tempo para se adaptar”.
Os conselheiros das organizações religiosas que iniciam a representação neste mandato participaram do processo de eleição dos coordenadores de comissão e escolheram em quais terão assento em 2010.

Para a representante da Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB), Morgana Boostel, o Conjuve “é um importante espaço de participação juvenil e de prática da Missão Integral, onde é possível articular uma série de coisas que já acontecem no movimento e são organizadas pelos estudantes na base, com uma agenda nacional de políticas públicas de juventude”. A representante da Rede Ecumênica de Juventude – REJU e reverenda da Igreja Anglicana, Tatiana Ribeiro, acredita que a participação no Conselho “é uma conquista diante dos trabalhos e da presença da REJU na juventude brasileira. O CONJUVE é um espaço onde podemos colocar na pauta a questão das intolerâncias religiosas e as desigualdades sociais que acometem a juventude, como o extermínio e a violência a que jovens são submetidos, questões centrais para a REJU”.

Nos últimos cinco anos, o Conjuve cumpre a função de assessorar a formulação de diretrizes da ação governamental e promover estudos e pesquisas acerca da realidade socioeconômica juvenil. Na última gestão, o Conselho se consolidou como importante espaço para a articulação das Políticas Públicas de Juventude no Brasil. Composto por 20 conselheiros representantes do poder público e 40 da sociedade civil, contempla a diversidade das organizações, movimentos, redes e fóruns da juventude brasileira.

* Marcus Vinícius é secretário executivo da Rede FALE e mestrando em Teorias jurídicas contemporâneas pela UFRJ


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