Carta de Candidatura da Rede FALE ao Conselho Nacional de Juventude (Conjuve)
A Rede FALE é formada por pessoas e organizações cristãs que atuam na promoção e defesa de direitos. Objetiva transformar o contexto social brasileiro através da oração, de campanhas de pressão popular, e do diálogo entre fé e engajamento político. Utiliza como ferramentas o envio de cartões postais a autoridades e a produção de vídeos, blogsite, boletins e informativos. As atividades da Rede dedicam especial atenção a aspectos econômicos e seus efeitos na desigualdade e na ampliação da miséria no país.
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A outra campanha, iniciada em 2007, tem como foco articular a Juventude Evangélica – em sua ampla diversidade – para a formulação de Políticas Públicas de Juventude no Brasil. A Rede foi titular de uma das cadeiras que representa a sociedade civil no Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). Por ocasião da I Conferência Nacional de Juventude (CNJ) organizamos 12 Conferências Livres de Juventude e participamos, buscando envolver a juventude evangélica na discussão e nas lutas pela inserção do jovem brasileiro na sociedade.
Nos últimos dois anos as Políticas Públicas de Juventude impactaram o país de várias formas. Mesmo assim, os desafios para a atuação das juventudes brasileiras na ampliação de seus direitos permanecem grandes. Pesquisas indicam que apenas uma pequena parcela da juventude brasileira (15%) está organizada em alguma associação ou entidade. Porém, 17% diz que “faz parte” de “grupo religioso”. Neste cenário, onde é necessário afirmar direitos e lutar por mais conquistas sociais, uma pesquisa realizada por Regina Novaes (2005, p. 267, 270), revela que os jovens evangélicos estão predominantemente entre os mais pobres. Outra pesquisa, promovida pelo instituto alemão Bertelsmann Stifung, realizada em 21 países, demonstra que o renascimento da religião está mais presente no Brasil que na maioria dos países, onde 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos se dizem religiosos e 65% afirmam ser “profundamente religiosos”.
É nesse contexto, onde as intersecções entre a política e a religião desafiam as agendas progressistas, que nosso trabalho se insere, levando para as juventudes evangélicas informações e debates sobre questões sociais relevantes, e afirmando o seu papel como “agente de mudanças e transformações sociais para a promoção da justiça, no combate a desigualdade econômica, social, de classe, raça e gênero” (Carta Compromisso da RENAS Jovem, 2009). Os principais temas transversais com os quais trabalhamos são: Políticas Públicas de Juventude, Água e Saneamento Ambiental, Crianças e Adolescentes em Situação de Risco, Justiça no Comércio Internacional, Democratização da Mídia, Pobreza e Desigualdade Social e Construção da Paz.
Neste ano, a juventude evangélica marcou presença também no Fórum Social Mundial, que ocorreu no final de janeiro, em Belém, estado do Pará. Jovens de todo o país ligados a entidades e igrejas evangélicas promoveram três mesas de debate e um Culto Público por Paz e Justiça. Cerca de mil pessoas participaram dos quatro eventos evangélicos dentro do Fórum. Além disso, atuamos dentro de comissões no Conjuve, para a promoção da “Conferência Livre de Juventude e Comunicação”, que contou com a participação de aproximadamente 70 jovens e discutiu, dentre outros temas a “esteriotipização do jovem evangélico na mídia” e propôs linhas de atuação para a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).
Por estas razões, colocamos novamente nossa candidatura para este Conselho, na esperança de que, a partir de nossa atuação conjunta, e da ampla articulação de movimentos sociais, organizações e redes, possamos lutar por um país mais justo para as Juventudes, até que "Justiça corra como um rio que nunca seque." (Amós 5.24)
14 de dezembro de 2009
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