Os objetivos traçados pela ONU há 10 anos estão longe de serem atingidos, mas o novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nota os avanços no que diz respeito ao acesso à água potável, com 87% da população com acesso hoje em dia a esse bem essencial.
Já quanto ao saneamento básico, a situação é bem diferente. "Vale a pena chamar a atenção sobre algo que é tão óbvio que quase dá vergonha dizer em 2010. Sem água potável e saneamento básico, não há nenhuma base de saúde pública que possa se desenvolver. Se não acabarmos com essa situação, nunca vamos arrancar esses povoados da pobreza", disse à agência Efe a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, María Neira. "É preciso uma mudança cultural para que o saneamento seja considerado uma necessidade tão clara e tão óbvia como o é o acesso à água potável", acrescentou.
Um terço das pessoas que não têm acesso à água limpa vive na África Subsaariana, onde 40% da população sofre com essa situação. Por outro lado, metade das pessoas que ganharam acesso à água desde o começo dos anos 90 está na Índia e na China.
Apenas metade da população dos países em desenvolvimento tem uma casa de banho, uma latrina ou uma fossa sética de uso doméstico. Os maiores progressos nesse campo nos últimos anos foram registados no norte da África e em regiões do leste e do sudeste da Ásia. O hábito de defecar ao ar livre ainda é praticado por um sexto da humanidade.
Segundo os resultados do relatório, o mundo alcançará o objetivo do Desenvolvimento do Milênio de cortar pela metade o número de pessoas sem acesso à água potável em 2015, mas fracassará em fazer o mesmo em relação aos serviços de saneamento. (Envolverde/Revista Fórum)
Fonte: Carta Capital
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