(Revista Viração)
29/04/2008
“Nosso grupo tem uma capilaridade enorme porque todas as igrejas têm um grupo de jovens, muitas vezes fazendo o que o Poder Público não dá conta, chegando onde as ações governamentais não chegam. Mas, infelizmente, esses jovens ainda estão desorganizados”, avalia Leandro Silva Virginio, Conselheiro Nacional da Juventude representando a Rede Fale – movimento presente em todos os estados e que atua nas temáticas da reforma urbana e do racismo, temas pouco debatidos nas igrejas.
Sua fala se justifica com a informação de que 28% dos jovens brasileiros participam de algum grupo social; destes, mais de 60% estão em movimentos ligados a igrejas, conforme pesquisa do Instituto Pólis.
Conforme Alexandre Brasil, do Rio de Janeiro, as principais propostas que saíram das 12 conferências livres realizadas pelos jovens evangélicos no país foram: a reforma educacional; a institucionalização do tema juventude no estado brasileiro; e a valorização da diversidade cultural.
Momento polêmica
A juventude evangélica com freqüência é criticada pelos seus posicionamentos acerca de assuntos polêmicos como a união civil de homossexuais. Elton Jonas, de Pernambuco, defende-se: “Não somos homofóbicos, somos a favor da família. O posicionamento dos jovens nesta conferência deve ser nesse sentido”.
“Reconheço que somos muito conservadores para vários assuntos, mas também muito progressistas em outros”, afirma Silval Silva Filho, de São Paulo. Já a jovem Sarah, que também é integrante do Conjuve, acredita que a participação das e dos jovens evangélicos na conferência deve se pautar pelo respeito. “Temos que nos guiar pelo amor que sentimos uns pelos outros, independente de qualquer coisa. Sem nos preocuparmos com quem é ou não cristão”, disse.
A diversidade sexual realmente é um tema que causa certos desconfortos no grupo. A presença de três jovens ligados ao movimento GLBT deixou um ar pesado na reunião. Ao se apresentarem, porém, os jovens disseram seus nomes e afirmaram que acreditam em Deus e que estão ali para ouvir, expor e defender suas opiniões com muito respeito.
Por conta do pouco tempo, o grupo decidiu continuar mantendo contato a fim de organizar um Encontro Nacional de Políticas Públicas de Juventude e produzir material de comunicação difundindo as opiniões da juventude evangélica sobre alguns temas.
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