sexta-feira, 4 de abril de 2008

Sonho de Luther King continua 40 anos após morte

Mártir da luta contra a discriminação racial, Martin Luther King, jr., é relembrado. A culpa de James Earl Ray, condenado a 99 anos pelo assassinato em 1968 de King


Os norte-americanos lembram neste 4 de abril os 40 anos do assassinato de Martin Luther King, jr., o primeiro candidato negro viável ao principal cargo da Casa Branca e que lutava pelo "sonho" de ver implantados amplos direitos civis. Em 1968, King foi assassinado aos 39 anos de idade com um único tiro na cabeça, na sacada de um hotel no centro de Memphis, ao Sul do Estado do Tennessee. O ativista recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964. Se fosse vivo, teria comemorado 79 anos em janeiro passado. Um mistério envolve o assassinato de King. Inicialmente, James Earl Ray assumiu sozinho a autoria do crime. Preso, ele acabou sentenciado a uma pena de 99 anos de prisão. Depois, passou a negar o assassinato. Discussões sobre a versão oficial da morte apontam que Ray era o culpado e atuou sozinho. No entanto, muitos não acreditam que Ray, que estava preso, tenha fugido de uma prisão no Missouri, planejado o assassinato e burlado a segurança de King. Ao morrer, King se tornou um mártir na luta pelos direitos civis e, durante a vida, foi um herói carismático, famoso por liderar protestos pacíficos contra a segregação e discriminação raciais, como no conhecido discurso "Eu tenho um sonho", na Marcha sobre Washington, em 1963. "Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença. Nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais", disse King para, aproximadamente, 250 mil pessoas no Lincoln Memorial, na capital norte-americana. "Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter". O discurso de King foi considerado por 52% dos norte-americanos uma grande influência pelos direitos civis. Desses, 75% eram negros e 47% brancos: 39% de negros acharam que o país ainda tinha muito a fazer para alcançar a igualdade racial, de acordo com uma pesquisa com 1,012 participantes. Por todo o país, cerimônias religiosas e conferências universitárias vão relembrar o legado de King, inclusive uma universidade do Tennessee, com a participação da ativista negra Angela Davis que fará um discurso intitulado "Nós agora não estamos vivendo o sonho". (das agências de notícias)

Publicado no Jornal O POVO, Fortaleza.

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