sexta-feira, 15 de junho de 2007

Redução da maioridade penal não diminuirá violência, diz pesquisador

Por Edelberto Behs

SÃO LEOPOLDO, 5 de junho (ALC) – Reduzir a maioridade penal pode atender o desejo de vingança da sociedade brasileira, mas não vai diminuir os índices de violência no país, declarou o coordenador da área de pesquisa de mídia e jornalismo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), Guilherme Canela.

O pesquisador comentou a cobertura de políticas públicas sociais e o papel do jornalismo no Brasil contemporâneo, ao apresentar palestra, na quarta-feira, 30 de maio, para estudantes de Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em São Leopoldo. Canela é mestre em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP).

Do total de crimes cometidos no Rio Grande do Sul, 0,49% são perpetrados por jovens que, antes de algozes, são vítimas da violência. Crianças e jovens que cometem crimes hediondos não significam nada na estatística dos crimes verificados no país, comparou o pesquisador.

Já a taxa de homicídio de jovens negros na periferia da Grande Vitória é alarmante, um quadro que apresenta algumas variações nas demais capitais. “Não se trata, pois, de qualquer violência, mas da violência contra jovens de 15 a 24 anos de idade”, alertou Canela.

A ANDI surgiu em 1993, em Brasília, com o propósito de convencer a imprensa que cobrir infância e adolescência é fazer bom jornalismo. “A gente aposta que investir no jornalismo vai ter resultado na vida da criança lá na ponta”, disse Canela.

Mediante o monitoramento diário de 45 jornais do Brasil, iniciado em 1996, a ANDI constatou que o número de matérias enfocando criança e adolescentes publicadas na imprensa passou de 10,7 mil para 161,7 mil, em 2004. A qualidade desse material também melhorou, mas numa velocidade menor da verificada na quantidade.

A pesquisa diária realizada pela ANDI mostra que apenas 9% dos jornais monitorados cobram responsabilidades dos governos na gestão das políticas públicas. Canela destacou que a imprensa deve desempenhar o papel de controladora social dos governos e fiscalizadora das ações por eles implementadas.


FONTE: Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação
http://www.alcnoticias.org

Um comentário:

Anônimo disse...

Me admira alguém promovendo discordia no meio da igreja com o abaixo assinado para tirar um cristão da comissao de direitos humanos, então vamos deixar os homossexuais ditarem o que é direito humano!!! será que alguem que prega a palavra de Deus não tem dignidade de presidir essa comissão? então vamos deixar que os direitos humanos não sejam espelhados na B´blia? é isso que querem?