Todos os anos, no dia 8 de março, lembramos do papel das mulheres em nossa sociedade. Um papel de luta, de vida e de coragem.
Durante muito tempo, as mulheres têm sido vitimas de opressão, não apenas por parte dos homens (eles não são vilões sozinhos), mas também por conta de toda uma organização social, que nos coloca em posição inferior de estima e vida. Uma sociedade doente, pecadora, e que precisa rever seus valores. Uma sociedade que ainda permite a violência doméstica que leva tantas mulheres à morte. Uma sociedade que ainda paga menores salários as mulheres.
Hoje, infelizmente, muitos acabam por justificar a opressão contra as mulheres com argumentos bíblicos, distorcendo a palavra de Cristo, que a todo tempo nos chama à libertação e amor. No exemplo de Cristo sentimos o amor, a graça e o cuidado daquele que não excluía os marginalizados, que tornava as mulheres parte da história.
Num tempo em que as mulheres não eram sequer contadas, em que a elas era negado o direito de aprender com os grandes mestres (rabis), Jesus se coloca a ensiná-las (Lucas 10.39) e não se vê diminuído por ser sustentado por mulheres (Lucas 8.3). Jesus revelou seu ministério aos samaritanos por meio de uma mulher (João 4.39). Jesus creditou confiança ao testemunho das mulheres, foi a elas que se revelou e mandou darem testemunho após a ressurreição (Mateus 28.10), isso em um tempo em que o testemunho de uma mulher nada valia.
Neste dia, em que relembramos a luta de tantas mulheres, gostaria de convidar você a orar para que essa realidade seja transformada. E como acreditamos que nossa oração não pode ser dissociada da prática, que sejamos baluartes dessa libertação, dessa manifestação do caráter de Cristo. Que nossa luta seja a favor da justiça!
Oremos então:
- Para que os direitos das mulheres sejam plenamente reconhecidos em todos os níveis da sociedade;
- Pelo fim da violência doméstica que na América Latina e Caribe atinge entre 25% a 50% das mulheres;
- Pela igualdade nas condições empregatícias, mulheres ganham até 40% a menos que homens na mesma função;
- Para que o acesso a educação seja igualitário entre homens e mulheres.
*Morgana Boostel é Secretária Executiva da Rede FALE e mestranda em Ciências da Religião na UMESP.
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