Comunicação em diálogo com direitos humanos foi a marca do segundo dia do curso. A participação e interação entre palestrantes e alunos foi central para o andamento das atividades. O dia foi intenso – praticamente um grande bloco no tema da comunicação, mas com visões, falas e experiências de palestrantes bastante diferentes. O grupo foi muito ativo nas seções, trazendo questões, elaborando aquilo que estava sendo dito, e dialogando com o tema geral do curso. “Hoje, saímos daqui sem uma visão estanque dos dois grandes temas. No primeiro dia, já tivemos uma fala sobre Direitos Humanos que foi construída a partir da exibição de dois vídeos. Essa interação está sendo intensa e muito produtiva. Essa conjugação é necessária” – disse Priscila Vieira, coordenadora do Curso.
Na sessão "O Direito Humano à Comunicação e o contexto brasileiro", Daniel Fonseca, do coletivo Intervozes, apresentou o panorama das lutas atuais pela democratização da comunicação, desde suas razões – contexto de concentração de propriedade, e falta de pluralidade nas abordagens; papel dos movimentos sociais que atuam nesse campo; questões jurídicas, relação entre as concessões públicas, propriedade privada do sistema brasileiro de comunicação e a Constituição Federal; setor privado tem domínio sobre os outros. O palestrante traçou uma perspectiva comparada da situação brasileira com a de outros países. Trouxe também a leitura história da forma como a Comunicação passa a ser compreendida como Direito Humano, dentro do desenvolvimento dos próprios Direitos Humanos: primeiro como um direito a informação (acesso); depois como uma luta pelo direito de produzir conteúdo, e expressá-lo publicamente, com grupos comunitários tendo liberdade e visibilidade para atuar no espaço público.
A segunda sessão, intitulada "Sociedade e cultura na atualidade: Teorias críticas da Comunicação" foi coordenada por Pablo Laignier, doutorando em Comunicação e Cultura e pesquisador do Laboratório de Comunicação Comunitária (LECC/UFRJ), trouxe relfexões sobre algumas questões recorrentes na teoria crítica da comunicação, abordando suas origens – em especial, nos autores da Escola de Frankfurt – e desenvolvimentos atuais. A partir desse contexto, colocou exemplos de fatos e questões contemporâneos e o modo como podem ser analisados hoje. Pablo propôs a ideia de que a teoria da comunicação e da mídia só existe em conexão direta com a sociedade ampla, em relação ao seu contexto social. A mídia não existe isoladamente, mas em sociedade.
Em seguida, a terceira sessão trouxe uma atividade, de Leitura Crítica da Comunicação (LCC). A seção teve uma breve apresentação teórica e histórica da LCC. “Dedicamos a maior parte do tempo a um exercício de leitura crítica de mídia, feito em cima de três vídeos no tema da juventude. Tinhamos um vídeo de um grande veículo de comunicação, e um vídeo publicitário, ambos tematizando juventude. Em cima destes foram feitas as análises. Depois, utilizamos um vídeo clipe da banda O Rappa, para ver a perspectiva como jovens – no caso músicos – oriundos de uma determinada classe social, constroem o seu local de fala através da arte", conta Priscila Vieira, que coordenou também esta sessão do curso. Ela avaliou positivamente o desenvolvimento das reflexões pelos exercícios propostos: "Os exercícios geram em nós uma determinada expectativa em relação a alguns temas que queremos que apareçam. Não apenas os temas surgiram nos debates em grupo, como vários outros foram levantados, o que enriqueceu muito a atividade toda. Os participantes conseguiram perceber, por exemplo, o uso da edição – o modo como um corte, e uma palavra destacada por ele, pode dar um determinado sentido para um vídeo. Perceberam as ausências nas matérias - de pluralidade, de versões, de fontes – e as simplificações de argumentos, de visões de mundo. Também identificaram os lugares de fala e as formas de representação de determinadas realidades nos vídeos".
Em seguida, a terceira sessão trouxe uma atividade, de Leitura Crítica da Comunicação (LCC). A seção teve uma breve apresentação teórica e histórica da LCC. “Dedicamos a maior parte do tempo a um exercício de leitura crítica de mídia, feito em cima de três vídeos no tema da juventude. Tinhamos um vídeo de um grande veículo de comunicação, e um vídeo publicitário, ambos tematizando juventude. Em cima destes foram feitas as análises. Depois, utilizamos um vídeo clipe da banda O Rappa, para ver a perspectiva como jovens – no caso músicos – oriundos de uma determinada classe social, constroem o seu local de fala através da arte", conta Priscila Vieira, que coordenou também esta sessão do curso. Ela avaliou positivamente o desenvolvimento das reflexões pelos exercícios propostos: "Os exercícios geram em nós uma determinada expectativa em relação a alguns temas que queremos que apareçam. Não apenas os temas surgiram nos debates em grupo, como vários outros foram levantados, o que enriqueceu muito a atividade toda. Os participantes conseguiram perceber, por exemplo, o uso da edição – o modo como um corte, e uma palavra destacada por ele, pode dar um determinado sentido para um vídeo. Perceberam as ausências nas matérias - de pluralidade, de versões, de fontes – e as simplificações de argumentos, de visões de mundo. Também identificaram os lugares de fala e as formas de representação de determinadas realidades nos vídeos".
A última sessão do dia, conduzida por Renata da Silva Souza foi intitulada "Comunicação Comunitária: noções e práticas". Renata tem uma experiência pessoal marcante como jornalista de um veículo comunitário – Jornal O Cidadão, no Complexo da Maré – e moradora de favela. O processo de criação e adaptação do jornal comunitário, a partir das situações vividas pelo próprio bairro são intrigantes. Segundo a palestrante, há uma construção da identidade comunitária com e a partir do jornal, que em determinado momento enfatizava a divulgação de atividades artísticas e culturais da Maré – informações nunca divulgadas pelos grandes veículos sobre aquela comunidade, quase sempre noticiada em matérias policiais. Em um dado momento, no entanto, o jornal comunitário passa a trabalhar temas de segurança pública e direitos humanos. Para isso, foi necessário um amplo debate com a comunidade, para enfrentar o desafio de consolidar uma “produção participativa” do seu conteúdo. Os participantes interagiram com experiências de suas realidades, e procurando entender os processos de elaboração de uma mídia comunitária.
Veja mais em:
+ Primeiro dia do curso de Comunicação e Defesa de Direitos
+ ECO sediará curso gratuito de Comunicação e Defesa de Direitos (portal UFRJ)
Veja mais em:
+ Primeiro dia do curso de Comunicação e Defesa de Direitos
+ ECO sediará curso gratuito de Comunicação e Defesa de Direitos (portal UFRJ)
Nenhum comentário:
Postar um comentário