Disponível em: http://www.ekklesia.co.uk/node/5045
Traduzido por: Marcus Vinicius Matos
15 Abril 2007
Em seu primeiro livro escrito desde que se tornou Papa, publicado amanhã (16 de abril de 2007), Bento XVI critica os países mais ricos por terem “pilhado e saqueado” a África e outras regiões mais pobres do mundo.
Bento já foi chamado, a algum tempo atrás, de Cardeal Josef Ratzinger, quando era o monitor teológico de seu antecessor João Paulo II, e também um acadêmico exemplar.
O Papa diz que a exploração dos pobres pelos ricos é parte do “cinismo de um mundo afastado de Deus” e argumenta que a famosa parábola de Jesus sobre o Bom Samaritano desafia a igreja a agir por justiça.
Trata-se da história de um homem que é agredido e roubado por ladrões. Enquanto está caído no chão, diversas pessoas passam pelo outro da estrada, inclusive um sacerdote. Então, um membro de uma etnia considerada inferior e desprezada pela elite dominante do país pára com o intuito de socorrer-lhe.
O livro de 400 páginas, “Jesus de Nazaré”, será publicado na data do aniversário de 80 anos de Bento XVI. Alguns pequenos trechos dele já foram publicados em alguns jornais.
A primeira edição será impressa em Italiano, Alemão e Polonês, mas será rapidamente disponibilizada em outras línguas (incluindo inglês) e é considerada candidato a best seller – o que já é esperado, uma vez que o público principal virá dos 1,2 bilhões de Católicos espalhados pelo mundo.
O Papa traça uma relação direta entre o consumismo das pessoas nos países ricos e as calamitosas condições de vida da população na África e em outros países pobres, desafiando o paradigma econômico neo-liberal que defende que estes dois fatores não estão relacionados.
“Nós vemos como o nosso estilo de vida e a história que nos envolve os deixou nus, e continua a deixá-los nus”, escreve ele.
O Pontífice, que já condenou o colonialismo anteriormente, diz que os países ricos também feriram os países pobres espiritualmente pelo menosprezo ou pelas tentativas de aniquilar suas próprias culturas e tradições espirituais.
O livro também condena o tráfico de drogas e o turismo sexual, defendendo que estes são sinais de um mundo cheio de “pessoas que estão vazias” ainda que vivendo na abundancia de bens materiais.
O objetivo do Papa Bento XVI ao escrever este livro é explicar, no mundo contemporâneo, as formas e os fundamentos da fé em Jesus e no Deus triuno do Cristianismo.
Teologicamente ele é considerado como um conservador, mas parte da sua visão social será considerada como radical, e Bento é conhecido por ter muitos leitores tanto no meio ortodoxo quanto no meio contemporâneo e Pós-moderno.
Extraído de: www.speak.org.uk
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