segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Direitos humanos e missão da igreja

Encontro de Reflexão e Compromisso: 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Clemir Fernandes*

A Segunda Grande Guerra havia encerrado fazia apenas três anos. A Europa e o mundo ainda lamentavam seus mortos e se perguntavam como a humanidade do século XX, que acreditou que viveria um tempo de paz perene, liberdade plena e sociedade justa, pode ser capaz de tamanha barbárie.

Neste contexto de tristeza e renovação da esperança foi aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com trinta artigos, tratando de temas fundamentais que procuram reconhecer e defender a dignidade da vida, a justiça, a diversidade entre os diversos grupos humanos.

A Declaração é um documento laico, mas possui uma forte ênfase na ética social da tradição bíblica judaico-cristã. Só para ficar num exemplo, a defesa da manutenção da vida humana pode ser depreendida do texto do Decálogo judaico e cristão, contido na Bíblia, que diz definitivamente: "Não matarás".

Como, portanto, articular o conteúdo da Declaração e os postulados bíblicos de defesa da vida, visando uma ação de luta por justiça e dignidade humana numa sociedade como a brasileira (e fluminense, especialmente), marcada pela morte sem pena e toda a agressão à vida, de que somos sabedores, todos os dias, conforme nos apresentam os meios de comunicação?!

Para destacar a importância da Declaração e o papel das igrejas nesse contexto, a Rede Evangélica Nacional de Ação Social (Renas), núcleo do Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto de Estudos da Religião (ISER), promoverão no dia 9 de dezembro, véspera do aniversário de 60 anos da Declaração, um Encontro de Reflexão e Compromisso, com o tema DIREITOS HUMANOS E MISSÃO DA IGREJA.

Dentre os convidados para a mesa, destacamos o advogado Pedro Strozemberg, especialista-militante em direitos humanos e o reverendo André Melo, pastor protestante e antropólogo. Além da mesa de abordagem e debate, teremos uma performance com apresentação de alguns artigos da Declaração, feitos por jovens e uma breve liturgia religiosa em memória de pessoas vitimadas pela violência e de personalidades que dedicaram-se na defesa da vida e da dignidade humana.

O local do encontro, o Instituto Central do Povo, foi escolhido em função de ser um espaço secular de promoção da vida e também por está localizado no complexo onde foram assassinados, após tortura, os três rapazes entregues por agentes do Estado a supostos traficantes de drogas, em junho deste ano.

* Clemir Fernandes, do Instituto de Estudos da Religião (Iser)

Local: Instituto Central do Povo
Endereço: Rua Rivadávia Correia, 188, Saúde, Rio de Janeiro, RJ
Data: 09 de dezembro
Horário: às 14 horas
A entrada é franca
Mais informações: 2220 3380, falar com Regina.

+ Confira o cartaz do evento.

2 comentários:

Pedro Grabois disse...

O evento foi ótimo!
Através do FALE, éramos 9 paticipantes! Fizemos uma performance cênica bem simples, lembrando artigos da Declaração e nomes de pessoas vítimas da violência, ou que tinham uma história de luta no Brasil.

Foi bem legal mesmo, e ainda teve todo o resto do evento, com vários testemunhos interessantes. Junção de um monte de perspectivas!!!
Uma celebração e tanto! Mas há muito pela frente: além da celebração firmou-se o compromisso de seguir lutando!

Abraços,
Pedro.

Douglas Rezende disse...

olá Pedrão, abraço amigo e companheiro. Meu filho quando crescer ainda vai estudar textos seus..hehehe...

parabéns mesmo para todos que organizaram o evento. Sou recente no FALE, mas este ano foi bem recheado não?

Que nosso bom Deus nos dê fé e força para o próximo ano.

Douglas Rezende