Fonte da imagem: Geledes |
Na literatura bíblica, começa com uma declaração radical.
Toda mulher e homem são feitos à imagem de Deus (Gênesis 1:26, 27). Aprendemos
nessa rica passagem que os seres humanos ocupam um lugar especial dentre todas
as criaturas de Deus por apenas eles serem a imagem de Deus na terra. Portanto,
todos os seres humanos têm o mesmo valor e devem ser igualmente respeitados.
Essa preceito é essencial para compreender que, a despeito
de nossas distinções relacionadas ao gênero, condição social, etnia, dentre
outros, não devem ser usados para menosprezar, controlar ou desconsiderar o
outro. Infelizmente, embora o texto bíblico revele que toda mulher estampa
em si a imagem e semelhança do Yaweh, o
que a coloca em situação de igualdade em relação ao homem, historicamente elas
têm sofrido diversas violências, inclusive no contexto brasileiro.
Tais violências se atestam nos dados alarmantes quanto o
número absurdo atingem as mulheres. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), no Brasil, entre 2001 a 2011, calcula-se que ocorreram mais de
50 mil feminicídios: ou seja, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas
violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma morte a cada
1h30. É simplesmente lamentável que mesmo homem e mulheres gozem ante o Criador da mesma dignidade, são elas que experimentam violências por apenas serem o que são.
Nossa sociedade, que perpetua traços do patriarcalismo, parece só interessar
pela gênero feminino para reduzí-la em objeto de cama e mesa.
Nossa oração é que reconheçamos nossa imensa dívida social e
sejamos identificados com suas dores. Ante a toda a violência, seja real ou
simbólica contra as elas, juntos possamos ter a coragem de clamar: Somos todos
Mulher!
Caio Marçal é missionário e secretário de mobilização da Rede FALE, mora em BH.
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