De 1º e 7 de setembro a população
brasileira poderá, em um plebiscito popular, responder a seguinte pergunta: "Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e
Soberana sobre o sistema político?". A consulta, que não tem efeito legal,
servirá como demonstrativo da necessidade de uma mudança efetiva no sistema
político-partidário que dê conta da representatividade da sociedade.
Espera-se colher
até 10 milhões de votos ao longo de uma semana de campanha na qual também se
buscará angariar assinaturas para o Projeto de Lei Popular pela Reforma Política
Democrática e Eleições Limpas. Para
Morgana Boostel, coordenadora de articulação da Rede FALE, “esse é um
importante momento para a sociedade brasileira se posicionar ante a necessidade
de transformar as estruturas políticas do nosso país. Vivemos um modelo
viciado, em que apenas o interesse econômico tem vez e voz; é preciso mudar!”.
Renan Porto, articulador da Rede
FALE no Triângulo Mineiro, pondera que “faz parte de nossa missão influenciar o
país na construção de estruturas mais justas, assim cumprimos o mandamento de
Deus de cuidar dos mais fracos e menos favorecidos da sociedade”.
Serão urnas espalhadas em
diversas cidades do país. Votos também poderão ser realizados pela internet,
com número do CPF, no site do Comitê Plebiscito Constituinte, www.plebiscitoconstituinte.org.br.
O
plebiscito popular pela reforma política conta com cerca de mil comitês
espalhados pelo país. A Rede FALE esteve presente na formação da coordenação
nacional, ainda em setembro de 2013. A organização soma hoje mais de 400
entidades, entre movimentos sociais, igrejas, sindicatos, partidos e coletivos.
Somam-se a esse grupo outras organizações cristãs como Visão Mundial, Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs-CONIC, Evangélicos pela Justiça-EPJ, Coletivo Ame a
Verdade, entre outros.
Real
necessidade?
Alguns números ajudam a entender
o cenário político brasileiro e a necessidade de uma reforma política. Aproximadamente
70% dos deputados e senadores representam grandes empresários e o agronegócio.
Será que sete em cada dez brasileiros são donos de latifúndios ou de
corporações?
Esse fenômeno pode ser explicado
pelo fato de que 95% do financiamento de campanha é oriundo desses grupos, e
não estamos falando em pouco dinheiro. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), o gasto com a campanha de um deputado federal em 2010 era, em média, de
R$ 1,1 milhão. Para se eleger ao senado, o gasto saltou de R$ 4,5 milhões para
R$ 5,6 milhões. Quem consegue se eleger sem recorrer a um financiador que não
cobrará retorno?
Além disso, as mulheres no
Brasil, de acordo com o IBGE, são 51% da população
brasileira e 52% do eleitorado. No entanto, esses números não se refletem na
representação no Congresso Nacional. A atual bancada feminina na Câmara Federal representa apenas
8,77% do total, com 45 deputadas. No Senado, há 12 senadoras, dentre os 81
lugares.
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